Você tem um bichinho de estimação? É tão bom né?
Eu já tive vários, aliás, minha casa parece um zoológico, tem um monte de bichinho, mas eu gosto mesmo é de gatos e cachorros. Já tive 4 cachorros e 2 gatos, mas todos eles já morreram. Juju foi a primeira cachorrinha,depois veio o Bingo que era filhote dela, cresci com eles. O Bingo morreu envenenado, como eles eram livres pela casa, colocaram veneno para ele, eu era pequenininha por isso não me lembro a falta que ele fez. Depois nos mudamos para a casa que vivemos hoje e logo no inicio meu pai trouxe outra cachorrinha para fazer companhia para Juju, ela se chamava pretinha, era muito sapeca, corria de um lado ao outro do quintal. Juju também partiu, ela já era velhinha, tinha mais de 13 anos, ficou cega e afundou no bebedouro de água dos patos. A morte dela foi meio consoladora, por que já sabíamos que ela estava velhinha e precisava descansar. Foi ai que o meu pai trouxe mais uma cachorrinha, a Belinha. Belinha talvez tenha sido a que eu mais amei, não que eu não tenha amado os outros, mas a história dela me ligou muito à ela. Belinha era pequenininha, sempre foi por causa da raça, quando ela era bebezinha dormia em uma caixa de frutas, as vezes ela ficava presa por que ela corria a casa inteira e bagunçava tudo, e quando ela ia para o quintal? Ahhh... não tinha patinho que sobrasse... Ela corria atrás de todos e os patos saiam desesperados tentando sobreviver, quando ela agarrava um ficava “brincando, brincando”, até que o bicho não se mexia mais, e ela cansava de brincar! Mas o que mais me aproximou dela foi uma doença que ela teve, ela teve uma infecção, sangrava por todos os buracos do corpo, ficou tão magra que só se via os ossinhos, eu passava o dia inteiro dando soro pra ela, acordava de madrugada para dar soro e ficar cantando pra ela, sim, eu cantava pra ela todos os dias, não queria que ela fosse embora tão cedo, olhava em seus olhinhos e via eles tão cinza, não tinham mais brilho, aquele brilho que eu costumava ver. Belinha sobreviveu.
Depois veio Luck , um gatinho siamês, eu o amava de todo coração, ele dormia nos meus pés, mas quando amanhecia ele ia dormir perto do meu rosto, as vezes eu acordava e lá estava ele, dormindo tão lindo, ele viveu pouco tempo, 2 a 3 meses, nem estava grande ainda quando foi atropelado... Ele queria conhecer o mundo lá fora, mas o mundo lá fora era perigoso demais para ele. Eu chorei por uma semana, e por todas as vezes que lembrei dele, até a dor passar e só ficar saudade.
Passado alguns meses Pretinha que já estava ficando velhinha, ficou cega e doente, não comia mais e chegou a sua hora de partir.
Quase um ano depois de Luck, meu pai trouxe Raj, o gato de 7 vidas, um gatinho feinho, do rabinho fino, do pelo ralo, dos olhos meio azulados e cheios de remela, meu pai disse que ele foi salvo das chamas que nem o Raj da época da novela Caminho das índias. Foi o primeiro renascimento de Raj, ser salvo de um incêndio. Ele era esperto e ganhava todo mundo na chantagem, se estirava no chão pra receber carinho, e quando alguém não o dava, ele chegava perto e miava, miava, até nos cansar e fazer o que ele queria. Ele também dormia nos meus pés, mas era mais independente, ele queria ser livre, ser do mundo. Começou a passar as noites fora de casa, e arranjar “amiguinhas”, trocou a noite pelo dia, dormia de dia e saía pra “farra” de noite, mas nunca perdeu o gosto por tomar leite todos os dias, era um “jovem saído das fraldas”. Até que um dia ele chegou em casa todo ensangüentado e mancando, teve febre, não queria comer nada, não sabemos o que aconteceu, mas o levamos no veterinário e fizemos ele tomar todos os remédios direitinho. Lá se foi a 2 vida dele. Depois ele tomou uma vacina que o fez ficar na mesma situação, e nessa mesma época belinha também tomou a vacina e começou a ficar muito doente. Se foi a 3 vida de Raj. Ele voltou a sair, ele queria mesmo era ser livre, queria viver, e ele tinha carinho e amor, as vezes ficava olhando ele dormir, como eu o amava. Então, Antes de eu sair pra faculdade ele chegou mais uma vez ensangüentado, já estava a 2 dias desaparecido e eu tinha orado muito pra ele não morrer, eu o amava muito. Mas neste dia quem amanheceu morta foi Belinha, provavelmente ela estava com Calazar, neste dia eu cheguei em casa e olhei pro portão, era um silêncio tão grande que eu não pude suportar, não vê-la vindo me recepcionar me fez desabar, chorei por horas. Nesse dia foi embora a vida de Belinha e a 4 vida de raj. Nessa época meu irmão estava muito doente, sentia dores muito fortes todos os dias, descobriu que estava com pedra na vesícula, mesmo problema que eu tive, só que eu fiz a cirurgia, por que cheguei a ter inicio de pancreatite por causa de um desvio de pedra. Meu irmão já estava quase nesse ponto, todo dia tinha dor, todo dia ia para o pronto socorro tomar injeções para passar a dor, e alguns dias a injeção nem faziam mais efeitos. Alguns dias depois, Raj foi atropelado, uma moto passou pelo seu estômago, meu irmão o buscou no meio da rua, eu queria muito que fosse mentira, que fosse outro gato, mas vi ele dando seu ultimo adeus. Não sei se isso é possível, mas depois desse dia meu irmão nunca mais sentiu dores, as vezes eu acho que Raj deu suas ultimas vidas para tirar a doença do meu irmão, esse sim foi um gato de 7 vidas.
Hoje sinto falta de um animalzinho para dar o meu amor, não é que eu não tenha pessoas para fazer isso... É que o amor e a felicidade que eu tinha quando cuidava dos meus bichinhos era tão fraterno que por alguns instantes eu me sentia mãe deles, quando precisavam de comida, de água, de carinho, de alguém para brincar com eles. Estou pensando em adotar outro cachorrinho, por que apesar de eu amar mais os gatos, eu sei que na minha casa não da pra criar eles, por que eles amam a liberdade e minha casa fica em frente a uma rua muito movimentada, então me contento em amar apenas um cachorrinho novamente. Enfim... Apesar de todos terem morrido eu os amei até o ultimo dia de suas vidas. Eu sei que o texto é grande, mas resolvi falar sobre cada um deles, obrigado por ler. J